Cabine nº 4

Cabine Nº4 do Expresso de Hogwarts.

Existe um espaço superior cuja utilidade é guardar malões ou pertences durante o trajeto, além de bancos laterais, que juntos são capazes de acomodar seis pessoas. Temos ainda janelas que podem ser abertas facilmente e portas que são abertas do mesmo modo tanto por pessoas no interior como pessoas no exterior do compartimento.

Majestoso. Era a única forma de definir o expresso de Hogwarts.
Por muito tempo aquele trem permanecia intacto, não sabia se o responsável por aquilo era magia ou cuidados técnicos mesmo.
Admirando a estrutura do local, ele também encontrava tempo de analisar as cabines por onde passava, passando pela dos professores e dos monitores. Não, ele não estava tendo trabalho nenhum em procurar uma cabine, viu que Vicktoria já estava fazendo isso e então, deixaria a garota terminar de fazer a seleção.

“ Qual cabine será a mais aceitável pra você, Vick?”

Mentalmente, poderia chamá-la de Vick. Era uma forma bem íntima de chamá-la, entretanto, mentalmente, poderia chamar quem quisesse do que quisesse.
Aguardar pela escolha da cabine era uma forma de analisar sua conhecida. Seria ela competente, faria uma boa escolha?
Desta forma observadora e silenciosa, Adrian notou que Vicktoria parava diante de uma das cabines, de uma forma estranha, logo depois se apresentando.
Ele por sua vez, parou logo atrás dela de um modo que pudesse ver o que ela também via: E o que Vicktoria via era uma garotinha loira que parecia bem desinteressada à tudo que acontecia ao seu redor. Achou-a interessante, e assim que era apresentado colocou a mão no peito e com um discreto sorriso fez uma leve mesura à desconhecida.

- Encantando em conhecê-la.

Em silêncio, esperou pela aprovação da outra loira e o mais importante: Teria Vicktoria feito a escolha certa?
Como assombrações, mais alunos vieram do nada. Adrian quase se assustou, mais em resposta franziu a testa, desgostoso com a aparição repentina. Deu espaço para que a outra loira passasse e assistiu enquanto ela conversava com Vicktoria... Irmãs?
A outra até chegou a perguntar sobre o nome de Adrian, mais como ela não fez questão de saber contentou-se em dar um singelo sorriso para a recém-chegada e seu convidado. Os dois que haviam acabado de entrar em cena pareciam ser bem extrovertidos, contrastando com Vicktoria , consigo mesmo e com... Com a outra garota.
Afinal de contas, o que a “dona” da cabine faria?

Como uma boa criança, Pietro estava olhando para todos os cantos possíveis: O expresso era lindo, poderia ficar admirando-o por muito mais tempo. Entretanto, a necessidade de procurar uma cabine era maior, logo, deveria deixar o trem de lado.
Passaram por algumas cabines, dentre elas as de professores, monitores e mais alguns alunos, até chegarem naquela que parariam de vez.

“ Nossa, ela conseguiu encontrar a irmã dela aqui...”

Isso o fez lembrar da sua própria irmã, dando um aperto no peito: Onde Annya estaria agora? Preocupado, quase não notou quando era apresentado à irmã de Emily, dando um sorriso à ela

- Oi, tudo bem?

Ao contrário da irmã da colega, que parecia bem receptiva, a outra garota, a mais quieta, tinha um certo que de estranheza... Não só ela, como também o garoto de cabelos escuros que ali se encontrava também. Em resposta ao sorriso discreto dado pelo garoto, Pietro também sorriu. Entretanto, fora um sorriso completamente sincero e amigável.

- E aí cara, beleza? – logo depois, voltou-se para Emily, que parecia tão séria... O que estaria ocorrendo, afinal? Pousou a mão no ombro dela, tentando confortá-la. Aproximou-se ainda mais e falou baixinho – Emily, tudo bem?

Tirando seus olhos de Emily, Pietro os focou na anfitriã daquela cabine. Pode ver com clareza o exato instante em que a mesma se levantava e sua expressão modificava-se em nojo, principalmente ao mirá-lo.
Pietro não gostou daquilo, mais aguardou até que a mesma falasse.
E quando ela enfim falou, foi completamente desagradável! O loirinho não gostou nada disso, desde a olhada de cima a baixo que recebera, àquela levantada de queixo. Engoliu a seco, fechando a cara. Tinha que respondê-la! Mais como?
A resposta veio à sua mente como um raio: Rápida e iluminada.

- Engole a cabine, se engasga e morre! – Disse ele de uma vez, indignado com a riquinha mal amada. Quem ela pensava que era, afinal? – E não se esqueça disso: O fato de ser sangue ruim, não me impede de te derrotar em um combate.

Piscou para a loira, dando um sorriso implicante. Afinal, tinha que parecer “cool”, não é?
Na verdade, seu coração estava a mil, pelo jeito havia acabado de arranjar sua primeira inimiga. Junto de Emily ele agora saia dali, voltando à sua procura pelas cabines.